FREVO DE RUA
É instrumental e se constitui emblemático no gênero. Nele ocorre a predominância de instrumentos de bocal (trombones, trompetes, tuba); instrumentos do naipe dito “das madeiras” (saxofones, clarinetes, requintas, flautas e flautins); e de percussão, surdos, caixas e pandeiros. Prescinde da letra e é a partir a sua execução que se promove a dança do Frevo, denominada Passo.
O frevo de rua subdivide-se em 3:
Frevo Coqueiro – Nele se destacam os metais, trompetes, trombones, que dão notas muito altas.
Frevo Ventania – Aquele onde o naipe de saxofone tem um destaque maior do que os metais.
Frevo de abafo – Frevo feito para abafar o som de outro bloco; quando dois blocos se encontram, um deles toca uma composição que sufoca a orquestra rival.
Exemplos de Frevos de Rua:
- Vassourinhas, de Matias da Rocha e Joana Batista;
- Último dia, de Levino Ferreira;
- Trinca do 21, de Mexicano;
- Menino Bom, de Eucário Barbosa;
- Corisco, de Lourival Oliveira;
- Porta-bandeira, de Guedes Peixoto
FREVO CANÇÃO
A instrumentação do Frevo Canção é basicamente a mesma do Frevo de Rua, porém sua execução é mais comum nos palcos, estúdios e outros locais com possibilidade para o canto. O que não impede de ser cantado nas ruas no acompanhamento das orquestras. Algumas vezes as letras desse gênero de frevo são comparadas à embolada, pela construção e rapidez da pronúncia, quase um trava-línguas.
Exemplos de Frevos Canção:
- Borboleta não é ave, de Nelson Ferreira;
- Cala a boca menino, de Capiba;
- Hino de Pitombeira, de Alex Caldas;
- Hino de Elefante, de Clídio Nigro;
- Meu vestibular, de Gildo Moreno.
FREVO DE BLOCO
A instrumentação típica, chamada de pau-e-corda, é totalmente distinta dos outros dois tipos. Baseia-se em cordas dedilhadas ou tocadas com palhetas, acompanhamento, sobretudo de violões e cavaquinhos, e em sopros, especialmente flautas clarinetes e saxofones. A percussão se baseia em surdo, caixa e pandeiros, mas podem ser incorporados chocalhos, reco-recos e bandolins. Cantadas por um coro feminino as letras comumente apresentam hinos, relatam memórias ou histórias de compositores, carnavalescos. Evocam os carnavais do passado e expressam o presente num diálogo leal entre o que foi e o que é.
Exemplos de Frevos de Bloco:
- Valores do Passado, de Edgard Moraes;
- Marcha da Folia, de Raul Moraes;
- Relembrando o Passado, de João Santiago;
- Saudade, dos Irmãos Valença;
- Evocação n° 1, de Nelson Ferreira;
- Último regresso, de Getúlio Cavalcanti.
FONTES
- Maestro Ademir Araújo (Formiga)
- Carmem Lélis – pesquisadora
- Documentos de inscrição do frevo na lista do Patrimônio Imaterial da Humanidade – UNESCO.
PREFEITURA DO RECIFE. Guia do Folião. Recife: Prefeitura do Recife, 2008.